Arlinda e Cacildo, os nossos vizinhos, do lado têm uma filha adolescente: Marisa. Eles iam jantar fora e comemorar o aniversário de casamento pediram-nos para dar uma olhadela pela Marisa e ajudar no que ela precisasse. Assim foi. Falamos com a Marisa que nos contou que nessa noite queria receber o namorado em casa.
Tínhamos prometido aos pais que olhávamos por ela, e assim quando vimos que o namorado chegara ao apartamento do lado fomos para a nossa varanda que é colada à varanda do quarto da Marisa. Ficamos escondidas estilo Rambo, mas em bom, até que a acção no quarto da Marisa começasse. O rapaz lá a começou a despir a Marisa e era o nosso momento: de pompons nas mãos e animadas começamos...
Constança – Mexe mais a língua!
Benedita – Isso mais pró fundo só lhe estás a fazer cócegas!
Constança – Dá-lhe tigre!
Benedita – Mostra que falas bem de boca cheia!
Deixamos as crianças brincarem e começamos a falar entre nós...
Benedita – É impressão minha ou ela está a fingir?
Constança – Os miúdos têm aulas de teatro cada vez mais cedo...
Benedita – Trouxeste os cajus? Estou a ficar com fome...
Constança – E o balde do gelado!
O drama foi que ainda tínhamos comida para manter a nossa vigilância à jovem e o rapaz já tinha acabado o serviço...
Benedita – Já acabou? Só isso?
Constança – Vale nada! Banana!
Benedita – Frouxo!
Constança – Fraco!
Benedita – Nem lambeste o prato em condições ó porco!
Constança – Deixa-me fotografar-te as partes que essas miudezas nunca mais entram neste prédio!
Benedita – Ela nem aqueceu e tu já queimaste o tronco de Natal!
Entretanto os pais da Marisa chegaram, vieram primeiro a nossa casa perguntar se algo tinha corrido mal o que deu tempo para o palhaço armado em homem sair da casa deles. Tudo correu bem e continuamos a ser as vizinhas favoritas deste prédio...
Benedita – Acho que a Marisa ainda é virgem...
Constança – Deves...
Benedita – Sério, não viste que o gajo foi projectado contra a parede?
Constança – chocada – Achas que fez ricochete?
Benedita – O bicho não tinha força para abrir o portão do País das Maravilhas...
fevereiro 28, 2011
fevereiro 25, 2011
No elevador#1
Some girls give me jewelry
Others buy me clothes
Some girls give me children
I never asked them for
Rolling Stones - Some girls
"Quando um homem paga a uma puta,não lhe paga para fazer sexo mas sim para ela se ir embora no fim."
Benvindo, o velho que vive no último andar
Nem sempre devemos perguntar se os outros estão bem. Benvindo é um velho chato que não tem a noção de nada na vida e como tal responde com informação a mais... Abranda Benvindo, era educação não confundas com preocupação.
Meus caros tenham sempre convosco esta certeza: há duas coisas na vida que não se escolhem a primeira é a familia a segunda são os vizinhos.
Meus caros tenham sempre convosco esta certeza: há duas coisas na vida que não se escolhem a primeira é a familia a segunda são os vizinhos.
fevereiro 24, 2011
Anexo ao meu diário #1
A ausência do sentimento da saudade, contrasta com a sua constante presença do termo nos meus diálogos. Tenho duas características: dificuldade em mentir, e a incapacidade de sentir saudade. Não se trata de independência, ainda que a facilite, trata-se de frieza. Um gelo imenso capaz de me causar incómodo. Será, seguramente mais fácil, a um cego conhecer todos os tons das folhas de uma árvore do que eu sentir saudade. É-me incompreensível como podem os outros ter saudades de mim? É estranho.
Quando o deixei, disse-me que tinha duas mágoas. Uma por eu nunca ter dito que o amava, apesar de o sentir, e a segunda, por nunca ter sentido saudades dele. Porém ele tinha a certeza de que um dia eu assumiria ambos os sentimentos.
Infelizmente, até hoje a profecia não se realizou.
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